“A OTAN está com morte cerebral.” É com esta significativa frase que o presidente francês julgou, numa entrevista concedida ao diário britânico “The Economist”, a incapacidade da NATO em responder às diferenças de posições muito acentuadas entre os europeus, Washington e Ancara, particularmente no que diz respeito à crise síria. .
Emmanuel Macron carrega também uma acusação que pode ser descrita como "pouco diplomática" contra a decisão unilateral do presidente americano de retirar as suas tropas do norte da Síria, uma acção que foi entendida pelo presidente turco como um acordo tácito para desencadear a operação militar contra o Curdos do YPG que, segundo a última contagem, terá custado a vida a cerca de 500 combatentes curdos que, até então, lutavam ao lado das forças americanas e francesas para neutralizar o Daesh.
Mas se as posições expressas pelo presidente francês centram o debate mediático na Europa, particularmente nos países mais próximos da NATO, é sobretudo a abertura feita a Moscovo que parece ser a mais rica em consequências potenciais.
Na verdade, sem ser particularmente terno com os líderes russos, o Presidente Macron apelou a Moscovo para que se aproximasse dos seus parceiros europeus, se a Rússia não quisesse tornar-se, a mais ou menos longo prazo, um satélite de Pequim.
É verdade que ao intensificar as relações comerciais e militares com a China, o Kremlin corre o risco de se colocar numa situação de dependência económica, uma estratégia em que Pequim se destaca. E ver, aos poucos, os marcos da independência da Rússia, que hoje são o orgulho do país, ficando sob o controle direto ou indireto das autoridades chinesas.
Já em vários Oblasts da Sibéria Oriental, a população russa é menor em número do que a população de meeiros chineses, explorando terras agrícolas abandonadas pelos russos que, para muitos, preferem migrar para a Rússia “europeia” para além dos Urais.
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